Ghettos de imigrantes não são novidade. Desempenharam até um grande papel na história dos USA, e para milhões de famílias imigrantes foram um local de transição até se tornarem americanos. Era comum encontrarem-se pessoas nesses ghettos que não falavam de todo inglês e que tinham os mesmos valores, atitudes e modos de vida típicos dos seus países originais. Na maioria dos casos a integração só ocorria na geração seguinte.
Um dos exemplos possíveis, entre milhões de outros, é o da família de Andy Warhol. Húngaros de nascença imigraram para a América, onde o pai trabalhava numa mina de carvão em Pittsburgh e enquanto a mãe, doméstica, cozinhava goulash para ele e para os dois irmãos mais velhos. Como todos sabemos Andy Warhol tornou-se um nome incontornável na arte no séc. XX.
Nada disto acontece hoje em dia na Europa. Os ghettos europeus existem há décadas. Habitam lá não só, as primeiras, como as segundas e terceiras gerações de imigrantes islâmicos. Apesar de terem nascido holandeses, franceses, alemães...a maioria não fala a língua do país onde nasceram. Nem inglês. Os seus valores culturais são os do mundo islâmico, e os seus líderes não foram eleitos como membros do parlamento, mas são imams e anciãos que governam essas comunidades como chefes tribais, impondo práticas tradicionais com incompreensível autoridade, enfatizando e relembrando a todo o momento que a cultura ocidental é imoral e maligna. Muitos daqueles líderes pregam contra a democracia da Europa, contra a aceitação da igualdade da mulher, contra as minorias sexuais...Rejeitam a liberdade de consciência, denúnciam a separação da igreja e do estado e insistem que os muçulmanos não têm a obrigação de obedecer às leis seculares dos países europeus. "Estes alemães, estes ateus, estes europeus não barbeiam os sovacos", pregava um iman em 2004 em Berlim. O inferno vive para os infiéis! Abaixo com todas as democracias e todos os democratas". Nesse mesmo ano, um pregador afirmou perante uma assistência, em Copenhagen que o secularismo era uma forma de opressão. "Nenhum muçulmano aceita o secularismo, a liberdade e a democracia".
Bem, digo eu, então ainda estão a tempo de atravessar novamente o mar Mediterrâneo. Há mar e mar, há ir, e não voltar.
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