Saturday, February 12, 2011

Dazed and Confused

A imprensa mainstream mostrou-se excitada com o afastamento de Mubarak e o triunfo da "revolução" da alegada jovem geração FaceBook/Twitter egipcia. O editorial do jornal Público chegou mesmo afirmar que o 11 de Setembro de 2001 acabou a 11 de Fevereiro de 2011, graças à enorme vitória da persistência pró-democracia dos revoltosos do Cairo. Para quem sempre negou o Choque de Civilizações é uma afirmação, no mínimo, temerária senão mesmo obscura.
Mas será que é a democracia aquilo que vai emergir do tal novo Egipto que "nunca mais irá ser o mesmo" como afirmou Obama? Só o futuro dirá. O melhor é adoptar uma posição de reserva e não confundir a realidade com um qualquer politicamente correcto wishfull thinking.
Entretanto, há sinais. Inquietantes. Após a declaração do afastamento de Mubarak, o que mundo viu e ouviu directamente do Cairo foram, rezas e gritos militantes de allah akbar. E isto é muito significativo quanto ás diferenças civilizacionais das duas margens do Mediterrâneo. Tanto quanto me consta, nem durante a queda do muro de Berlin, nem na Revolução de Veludo em Praga, nem no 25 de Abril, só para dar 3 exemplos, ouvimos a multidão rezar ou dar Graças a Deus.  E se por caso houve pessoas que escolheram rezar, a coisa foi feita na intimidade de cada um e em locais próprios. As igrejas. (No caso da Polónia e da RDA a Igreja foi utilizada como resistência por motivos óbvios. O comunismo sempre limitou a liberdade política e religiosa. Os púlpitos e as grandes manisfestações que partiam das igrejas não propunham invadir a esfera política e privada pela religião ou pela palavra de Deus. Somente derrubar a tirania comunista).
E já que estamos em "tempos revolucionários na rua árabe", parece-me apropriado trazer o testemunho de Alexis de Tocquiville (1805-1859), filósofo que ficou célebre pelas suas análises sobre a Revolução Francesa. Naquela altura, Tocqueville viu no islão aquilo que a maioria dos "embriagados" jornalistas da actualidade não conseguem ver. E passo a transcrever:
" Eu estudei bem o Corão. E fiquei com a convicção que, em geral, houve poucas religiões no mundo tão mortais para a Humanidade como a de Maomé. Tanto quanto eu posso ver, é a principal causa da actual decadência tão visivel do mundo muçulmano e, embora menos absurdo que o antigo politeísmo, as suas tendências políticas e sociais são, na minha opinião, para serem mais temidas, e eu, portanto, considero-o como uma forma de decadência em vez de uma forma de progresso em relação ao próprio paganismo."

1 comment:

lolipop said...

Well...let´s wait and see! Traduzindo, convém não embandeirar em arco...
Abraço