"O medo muçulmano do mundo exterior, reflete ainda hoje, o medo dos beduínos do ambiente que os rodeava - o deserto. Era, e continua a ser, o medo do desconhecido. Em ordem a triunfar sobre o deserto e sobre o desconhecido, criaram um ogre, Alah, maior do que os seus medos, na esperança de que o ogre fosse capaz de os proteger deles, e oferecer-lhes um grau de segurança. Mas quando eles criaram o ogre, ele só veio unicamente substituir o medo existente, por outro ainda maior.
Todos os versos corânicos que descrevem o paraíso, retratam-no como tendo rios fluindo através dele. O deserto é muito exíguo em água, e a morte pela sede era um dos maiores perigos do desconhecido. A promessa dos rios, enviava uma mensagem de segurança e respondia ao medos profundos da morte pela sede. O deserto, ainda hoje, possibilita poucas colheitas, produz pouco, e fornece quase nada de comida. Por outro lado, o islão prometia e promete ao seus seguidores, jardins de tamareiras, uvas e todo o tipo de fruta. Não obstante, a fruta e a comida é menos enfatizada no corão que os rios, porque o medo da morte pela sede era bastante maior do que o medo da morte pela fome. O paraíso islâmico, assume o disfarce das necessidades existênciais. Ele aparece na forma de rios e de fruta, fornecendo assim segurança para os beduínos que temiam a morte pela sede e pela fome.
O ataque e a invasão, foram também fontes importantes do medo da morte, mas ao mesmo tempo garantia o único meio de sobrevivência. As tribos combatiam-se na busca de água e comida. Os beduínos não conheciam um único momento de segurança. Os livros da História árabe estão recheados, até rebentarem, das descrições de ataques e de como as tribos forjavam e fomentavam disputas justificativas dos seus actos de agressão. A invasão servia, simultâneamente, como fonte de medo e de sobrevivência. Cada tribo tinha medo de ser atacada e sentia-se segura quando tinha a oportunidade de atacar.
Ser invadido ou atacado significava um incremento das condições de privação e da pobreza para a vítima, enquanto que para os responsáveis pelo ataque era uma fonte de saque e pilhagem. Então o islão chegou e tentou normalizar e regular os ataques, as invasões, as pilhagens, os saques....os assassínios, justificando as cargas bélicas do profeta e dos seus seguidores, mas condenando e proibindo os ataques dos outros. Se abrirem um qualquer livro do Maomé em árabe, a primeira coisa que lerão são as expedições bélicas do profeta. A cada uma destas invasões foi atribuído um nome próprio e foram descritas em detalhes elaborados. O leitor facilmente compreenderá que o principal objectivo desses ataques era conquistar e dividir o saque.
O islão tentou justificar estas invasões em nome da morte por Allah, o ogre. Não obstante, não conseguia disfarçar o objectivo fulcral, o qual era na verdade, o ganho pela pilhagem. O corão menciona a pilhagem mais do que uma vez. Não o proibe, pelo contrário, ele confere ao profeta um quinto do saque, de tal maneira que os seus seguidores não ficariam frustrados com a dimensão do seu quinhão. Vem plasmado no prório alcorão:
"E saibam que todo o saque que possam conseguir (na guerra), uma quinta parte é atribuída a Allah e ao seu mensageiro, e aos seus parentes próximos, aos necessitados e aos viajantes" (8-41).
Maomé não dava hipóteses de argumentação aos seus seguidores na divisão dos despojos, e então sugeriu que fossem dividos por cinco, sendo um quinto para ele e para Alah. Para evitar protestos, o quinhão dele era justificado como propriedade de Alah.
Aqui, uma vez mais, vemos o instinto de sobrevivência a desempenhar um papel decisivo nos ensinamentos e no papel do islão, o qual emergiu num ambiente dominado pela sombra do desconhecido, onde a morte pela fome e pela sede eram uma ameaça constante aos seus habitantes. Outro dizer atribuído a Maomé confirma: "o assassino tem o direito aos despojos", o que significa, que quando um muçulmano mata um não-muçulmano, tem o direito a despojá-lo. Este hadith causou difenças de opinião entre os muçulmanos. Alguns perguntavam-se de como é que o assassino tinha direito aos despojos quando o corão ordena que o saque seja dividido em 5 partes.
Numa tentativa de chegar a um compromisso entre as diferentes opiniões, alguns sugeriram que se houvesse pouco para pilhar, os despojos pertenceriam ao assassíno, enquanto que se os despojos fossem consideráveis, teria que ser dividido em 5 partes."
In A God Who Hates de Wafa Sultan
Como vemos, o Islão, desde a sua origem, é uma ideologia-religiosa e um manual prático que regula, o assassínio, a guerra e a pilhagem.
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