Vi ontem num canal de televisão, uma pequena entrevista com um dos responsáveis por um projecto de aplicação prática de energias alternativas, denominado Aldeia Solar. Segundo bem entendi, a coisa acontece lá para o Alentejo e o grande objectivo de tal projecto, é o de mostrar como a humanidade pode e deve viver com energias limpas numa perspectiva ambientalmente sustentável. Não coloco em causa a bondade deste projecto, até porque quanto mais depressa nos livrarmos do petróleo mais depressa os árabes ficam sem o seu principal sustento e deixam de ameaçar a humanidade com islamismos paleolíticos.
Contudo, no decorrer da entrevista o entrevistado afirmou categoricamente que, pretendem não só alterar a maneira com as pessoas se relacionam com o ambiente mas também como as pessoas consomem a energia. Isto é, o projecto vai muito para além da engenharia ambiental, caindo no campo da engenharia social. E aqui é que a porca torce o rabo. A demografia da Aldeia Solar comporta 60 almas, mas vai crescer lentamente para poder albergar 500 pessoas.
O entrevistado deixou claro que os fornos, também solares, são comunitários e... a televisão. Não pensem que cada agregado familiar pode ter a sua televisão. Os painéis solares não aguentam. Para já existem duas televisões para 60 pessoas o que dá uma média de uma televisão por 30 pessoas. E antes de mais coloco a questão: Quem vai segurar o comando do aparelho e controlar o que as pessoas podem ver ou não? Será o querido camarada ecologista pertencente ao comité de sábios da Aldeia? E como é que se gerarão os consensos sobre aquilo que a aldeia vai poder ver? Isto cheira-me a comunismo á moda de Ceausescu.
O indivíduo na Aldeia Solar faz parte de uma formigueiro comunista. O individualismo soçobra noutra tentativa colectivista... agora esverdeada...por fora.
Estou certo de que na Aldeia da Luz, o "sol brilhará para todos eles".