Dom Januário, bispo das Forças Armadas, esteve ontem num canal televisivo a compor a imagem pública. Disse ele que, ah e tal não é verdade que tenha apelado à revolta popular, que só queria é que os pobrezinhos se manifestassem em força sem partirem montras e coisas assim. Percebemos então que o senhor bispo entende que o resultado das eleições democráticas de há um ano podem ser subvertidas na rua por gente calma e bem disposta.
Depois de uns longos minutos de lugares comuns "progressistas", mais lá para o fim da entrevista, disse que ele próprio estava a ser vítima da extrema-direita o que é sempre uma maçada verificar que a dita extrema está a começar a pôr a cabeça de fora.
O senhor bispo ainda não teria reparado que a extrema esquerda não só tem os corninhos todos cá fora, como ocupa uma grande área da Assembleia da República, constitui o poder de facto em sindicatos, universidades e academias, na comunicação social e pelos vistos também na Igreja. É aquilo que vulgarmente se chama de marxismo cultural dominante.
Também o senhor Bispo não estará recordado que a extrema-esquerda é a responsável moral e ideológica pela maior tirania já vista e pela maior miséria social infligida á humanidade para além de ser directamente responsável por 300 milhões de mortos. União Soviética, China, Cuba, Cambodja, Laos...you name it.
Parece-me que este bispo está tão deslocado na Igreja como um sapo numa salada de frutas.