Monday, April 18, 2011

A Rosa Morreu: Que Partido É Este?

Num programa de debate televisivo, Francisco Assis, um tribuno socialista de pensamento rápido e palheta fácil, disse perante o país, que a autocrítica, estava fora da praxis política socialista, por a considerar algo... beata. Para além de ser conveniente para o actual Primeiro-ministro demissionário e Secretário-Geral da Rosa, que, qual Dorian Gray, não se querer ver no retrato de seis anos de governação corrupta e catastrófica para Portugal, esta afirmação é de uma gravidade extrema.

O que Francisco Assis defendeu, foi o que esteve na origem dos totalitarismos do Séc. XX. Dar valor ao indivíduo (neste caso Sócrates), que implicitamente nas suas palavras, transcende o espírito dominante da ordem social desprovida das convenções democráticas asfixiantes, tendo a obrigação de exprimir a sua autonomia moral e a sua independência psicológica face às consequências da sua governação, aos valores e às instituições do regime, ou seja, o parlamento, o Presidente da República, em última análise, aos contribuintes. Teria Francisco Assis pensado bem no significado daquelas palavras? Depois do Congresso Socialista, e do triunfo da mentalidade de rebanho daquele Partido, parece-me que Francisco Assis conscientemente e até por questões eleitorais, ressuscitou a figura do Ubermencshen em Sócrates, com a mesma facilidade com que o espertalhaço do Emídio Rangel, também da área socialista, afirmava há uma década e meia nas televisões, que vendia políticos como sabonetes.

Aproveitando a facilidade da maquilhagem mediática da “personalidade carismática” de Sócrates, no antípodas daquela caracterizada por Max Weber, Assis torna-se, mesmo que em amena cavaqueira de entretenimento político televisivo, um agente activo e constante da propaganda socialista, que reconhece que Sócrates, “um especialista sem espírito e um gozador sem coração”, deve estar acima de limitações circunstanciais, confiando em absoluto e exclusivamente na sua força psicológica e no seu voluntarismo.

A História está cheia de ditadores que só reconheciam e lhes era só reconhecido a determinação e os constrangimentos internos.

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