Sunday, January 25, 2009

Apocalypse Now


Nunca os céus se tingiram tanto de cinzento como neste inicio de 2009. Isto tanto no sentido literal como metafórico. Ler um jornal tornou-se uma experiência Schopenhauriana, vivemos um mundo de violência, crime, corrupção, pobreza, opressão política, exploraçâo económica e como Schopenhauer começamos a pensar que qualquer optimismo é pura ilusão. Brian Eno, respondendo á questão do ano " o que é que vai mudar tudo?", colocada pelo site edge.org, alertou para o fim do optimismo : "... E se, em vez de sentirmos que estamos à beira de um novo continente, ...começássemos a sentir que estamos num barquinho superlotado, em águas hostis, lutando para permanecer a bordo, e dispostos a matar por comida e água?..." Pensando concerteza num futuro pouco radioso e sem TGV's, os Noruegueses vão construir escavando montanha adentro numa remota ilha do Pólo Norte o já chamado Doomsday Vault, um silo capaz de albergar e conservar sementes de todas as variedades conhecidas como salvaguarda para a agricultura mundial no caso de uma catástrofe humana ou natural. E para quem se quiser afundar no zeitgeist Cormac Mccarthy oferece-nos THE ROAD, a escuridão pós- apocalíptica palpável num romance que segue pai e filho através dum mundo permanentemente frio e devastado donde todos os pássaros, todos os animais desapareceram. Caminham, sem tréguas, por entre vestígios dum mundo perdido procurando comida e escondendo-se de grupos de canibais "... each the other world's entire...".
"... The frailt of everything revealed at last. Old and troubling issues resolved into nothingness and night...."
Num mundo irremediávelmente perdido, Mccarthy parece perguntar qual será a última esperança. Excelente questão.


Doomsday Vault, o interior

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