Wednesday, January 14, 2009

Killing An Arab


O politicamente correcto (PC) é uma forma de censura poderosa.

Tendo perdido o vinil do primeiro album (Tree Imaginary Boys) da banda Pós-Punk/Goth Rock inglesa, The Cure, uma das minhas bandas preferidas dos oitenta, adquiri recentemente a re-edição em CD do mesmo album e verifiquei com espanto que o primeiro hit da banda, Killing An Arab, não figurava. Uma breve pesquisa na Net e o mistério foi imediatamente esclarecido.

Por pressão da editora ou com medo de ofender os árabes (ou ambas), Robert Smith pura e simplesmente retirou a dita música da edição em CD. Este tema resultou da inspiração a partir da leitura do Estrangeiro de Albert Camus. Será que também alteraram o livro do filósofo? Infelizmente a paranóia não ficou por aqui. O próprio Robert Smith, o único músico que resta da formação inicial, nos concertos ao vivo quando canta killing an arab, altera a letra e passa a cantar Kissing An Arab ou numa variante Killing Another. Dá para imaginar?

Mais. Nos EUA onde o PC nasceu, a edição de uma compilação da banda chamada Standing On A Beach, saiu para o mercado com um sticker que anúnciava -Conteúdo com possível aproveitamento racista -

Mas o medo de se ser acusado de racismo não se limita só aos The Cure. Uma banda electrónica alemã, berlinense suponho, chamada Nova Huta,(com ligações a Portugal) tem uma cover muito bem rasgada de Killing An Arab, só que que a intitula - Killing An Error. Todos têm medo dos beduínos. Porque será?

Esta hipocrisia PC acontece ao mesmo tempo que os países ocidentais permitem que nas mesquitas, imams árabes radicais façam apelos inflamados e assassinos à jihad contra a civilização ocidental, retirados ou inspirados do Corão, com todas as letras, sem censura , cautelas ou caldos de galinha. Na Holanda, uma banda de hip hop composta de jovens marroquinos afirma explicitamente numa lírica que iriam massacrar e matar a sudanesa Ayaan Hirsi Ali, e espalhar o seu corpo pelos 7 continentes, só por ser uma mulher activista e deputada, ex muçulmana, que denuncia os atropelos ao direitos humanos feitos diariamente na "rua árabe".

Os marroquinos hip hopers não tiveram que alterar a letra daquele ódio músicado.

Mas pelos vistos a "modinha" dos The Cure é bem mais perigosa! Ou como diz Inês Pedrosa na sua belíssima crónica do fim de semana passado:
"Os mísseis do Hamas são de chocolate"

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