Saturday, October 23, 2010

Lyon (1)


Lyon : la manif des lycéens dégénère
Carregado por leprogres. - Assista aos últimos videos de noticias.

As mais violentas das "manifestações" á nova lei da reforma em França aconteceu em Lyon. Porquê Lyon? Descendo até aos anos oitenta, tentei procurar nos meus livros e revistas, as possíveis raízes desta violência. A história mostra-se longa, onde surpreendemente encontrei as origens da organização SOS-Racismo, as influências de alguns intelectuais de esquerda franceses e mãozinha "marota" do falso moderado islâmico,Tariq Ramadan.
Os imigrantes em Lyon, são maioritariamente oriundos do Norte de África, que foram (e vão) para França basicamente à procura de oportunidades pessoais. Isto em teoria. As oportunidades para uma vida melhor foram difíceis de encontrar. Em 1983, um pequeno número de jovens imigrantes em Lyon, infelizes com as suas próprias circunstâncias, organizaram um protesto político chamado "A Marcha pela Igualdade" para denunciarem publicamente as condições em que se encontravam, apelando á França democrática para ela mesma viver de acordo com os seus ideais igualitários.
Esse pequeno grupo pôs-se andar a pé, numa espécie de peregrinação, para Paris. A simplicidade do protesto capturou a imaginação e a simpatia popular francesa. Quando os marchantes chegaram á capital francesa, contavam-se ás centenas de milhar, e aquele protesto ficou conhecido como "A Marcha dos Beurs". Beur é o calão francês para os jovens árabes, sendo mais afectivo do que propriamente perjorativo ou irónico.
Estava ali um genuíno movimento de massas. Esta marcha originou, um ano mais tarde, a organização denominada SOS-Racismo, que se tornou também ela popular, não só em França. A SOS-Racismo organizou uma manifestação na Praça da Concórdia em Paris em 1985. Centenas de milhar de jovens participaram, mas agora não só arábes mas gente de todos as raças e credos, numa espécie de esplendor multicultural. A SOS-Racismo chegou ao ponto de estar na moda. Não era raro ver gente elegante com emblemas espetados em casacos, camisolas e malas da SOS-Racismo. Era gente determinada a lutar contra as diatribes racistas da Frente Nacional de Jean Marie Le Pen, cujos alvos eram os negros, árabes e judeus. Tanto quanto me parece, a SOS-Racismo lutava também naquela altura contra o anti-semitismo genético da extrema direita francesa. Esta organização promovia meetings nos subúrbios das grandes cidades, com árabes e judeus e negros conjuntamente e declararam um slogan que também se tornou popular, que afirmava "Touche pas à mon pote!" (não toques no meu compincha!).
Um bom número de figuras mediáticas estava por detrás do movimento que orquestravam a imprensa oferecendo também alguma dimensão intelectual. Marek Halter, um novelista popular, juntamente com o filósofo Bernard-Henri Lévy são só dois exemplos. Curioso é que depois da participação de Henri-Lévy nesta organização, e depois de participar também na denúncia dos ataques Sérvios a Sarajevo, Tariq Ramadan (neto de al Banna fundador da organização fascista A irmandade Muçulmana) tem a distinta lata de o insultar em 2003, (envolvendo também o jornalista holandês do NY Times, famoso pela sua dhimmitude, de nome Ian Buruma) como agente do Sionismo internacional. Mas isto são contas de outro rosário.
A SOS Racismo era uma organização esquerdista. Após 1985, Tariq Ramadan "reformista" salafita, vindo da Suíça de uma familia árabe abastada, deu à costa em França, e o resultado foi a derrota da esquerda que militava no movimento anti-racista e multicultural. Aliado á acção de Tariq Ramadan na secessão dos muçulmanos na SOS-Racismo, uma série de erros e de tolas manobras, tornou evidente á opinião pública o controle e a manipulação da organização a partir dos gabinetes políticos do Partido Socialista Francês. Em 1987, a SOS-Racismo estava já derrotada por um movimento mais recente em Lyon, em que Tariq Ramadan esteve particularmente envolvido, e que se chamava União do Jovens Muçulmanos (UJM), e que combatia tudo o que a Marcha dos Beurs tinha significado e tudo por aquilo que tinha lutado. A nova organização muçulmana lutava por justiça social, não nas tendências do esquerdismo liberal dos anos 80, mas invocando os principios do Corão do século VII. Em vez do slogan "Touche pas à mon pote!", o legado de al-Banna. Num exemplo demonstrativo, enquanto a SOS-Racismo fazia campanhas contra a discriminação dos jovens árabes e negros nos espaços de diversão nocturna,  a UJM fazia campanha violenta contra a entrada dos jovens árabes nos espaços de socialização nocturna. A auto-exclusão dos jovens muçulmanos, a guetização auto-imposta das populações árabes, foi o resultado directo das acção de Tariq Ramadan em todos este processo.
Em 1992, a UJM florescia. Inclusivamente abriram uma editora e uma livraria chamada Tawhid. Segundo Paul Laundau no livro The Saber and the Koran, a livraria Tawid, estava prenhe de livros e de cassetes anti-semitas, livros e cassetes que apelavam á jihad contra os cristãos.
(continua)

No comments: