Acabo de ler o comentário de Teresa de Sousa no Público, sobre a coligação dos Conservadores com o Lib Dem. A pobreza e o enviesamento político da análise é a habitual, portanto nada de novo. Diga-se de passagem no entanto, que é preciso habilidade para escrever tanto e dizer absolutamente nada. Nos dias que correm não é politicamente correcto olhar, pudor aparte, para o rei nú. Neste caso a rainha. Muito há que divulgar e analisar da decadente, e cada vez mais repressiva, sociedade do multiculturalismo-ecologico-islâmico inglesa.
Esta coligação Tories-Lib Dem, não vai fazer diferença absolutamente nenhuma relativamente ao anterior governo dos Trabalhistas. Já aqui referi que os Conservadores são só microscopicamente melhores que o Labour. A questão essencial com que o povo inglês hoje se debate, não é como quer fazer crer a imprensa escrita, a economia ou a Europa. A questão fundamental é a imigração. Lembremo-nos que foi por aqui que a campanha eleitoral de Gordon Brown começou a ruir. O Reino Unido está na via-rápida de consumir a liberdade na fogueira do multiculturalismo de estado.
O momento decisivo oficial da campanha de Gordon Brown foi ter chamado intolerante à idosa Gillian Duffy. A senhora Duffy, uma avozinha claramente representante da “working-class” e votante, durante toda a sua vida do Labour, cometeu o erro de perguntar ao senhor Brown, o líder do seu partido, uma questão muito suave sobre a imigração. O tema é proibido nas actuais sociedades “democráticas” europeias. O então prime-minister, entrou no carro e não reparando que o microfone estava ligado chamou-lhe bigot, intolerante. A senhora é a intolerante, o senhor primeiro-ministro não. Por isso, ele toma decisões por ela e por todos.
Outro dos momentos definidores da campanha foi muito menos badalado pelos escribas da imprensa que acompanharam as eleições britânicas. Outro pensionista, um senhor de 74 anos chamado Roy Newman, ficou doente devido ao constante bater na porta de sua casa, pelas diversas forças partidárias na chamada campanha de proximidade. O senhor colocou um aviso na janela em letras azuis e brancas que dizia: “GET THE LOT OUT!”. Noventa minutos depois, apareceram dois polícias para o prenderam por racismo. Racismo? Oh Yeah! Com as cores da Union Jack, só pode ser racista. Qualquer semelhança com a União Soviética é pura coincidência…
Na cidade de Workington, Dale McAlpine, uma raridade de cristão praticante, levava uns panfletos na mão e conversava com lojistas sobre religião. Foi preso por um polícia que o acusou de ter dito que a homossexualidade é pecado. “Eu sou gay”, disse o polícia que o prendeu. “ Bem, continua a ser pecado, respondeu o street preacher. Para além de alterar a ordem pública, o polícia também acusou o homem de lhe ter provocado stress, o que lhe valeu uma detenção por 7 horas, recolha de impressões digitais e de DNA.
George Orwell, no Animal Farm, O Triunfo dos Porcos, falou de coisas como esta. Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros. Na terra de sua majestade, um gay é mais igual do que um cristão. Um muçulmano é mais igual do que toda a gente. Um negro é mais igual do que um branco, a não ser que o branco seja gay e o negro seja cristão. Um zelota da ecologia é mais igual do que um anglicano. É o caso de Tim Nicholson, um eco-tarado, que era Chefe da Sustentabilidade na gigantesca propriedade de Grainger. O Senhor Tim começou por questionar as práticas alegadamente pouco sustentáveis dos restantes executivos e queria obrigá-los a viver de maneira a cortarem as emissões de dióxido de carbono, acusando-os, entre outras coisas, de conduzirem os carros com grande pegada ecológica. Obviamente, demitiram-no. O senhor Tim, levou o caso a tribunal e …ganhou.
Segundo o Mail On Line, (http://www.dailymail.co.uk/news/article-1224961/Green-views-religion-environmentalist-wins-claim-sacked-beliefs.html) um tribunal decidiu dar razão a Tim Nicholson, que alegava ter sido despedido devido às suas visões sobre o aquecimento global.
O juiz colocou as crenças ecologistas a par com o cristianismo: “As crenças verdes merecem a mesma protecção que as crenças religiosas”, deliberou o juiz. Grupos cristãos condenaram o veredicto, afirmando que esta sentença é a prova do abandono da herança cristã na Inglaterra. Portanto, a fé na causa antropológica do aquecimento global atingiu o patamar de crença filosófica e religiosa e a lei chamada - Employment Equality (Religion And Beliefs) - protege a fé nas “alterações climáticas” apocalípticas, mas não a fé em Jesus.
Como se vê, com um pouco de pesquisa, com coragem e isenção política, há muito mais para mostrar da enferma sociedade britânica, para além dos emplastros politicamente correctos que passam diariamente por jornalismo.