Sunday, May 23, 2010

The Flight Of The Intellectuals


Adquiri recentemente o livro que dá título a este post cujo autor é Paul Berman. O autor, vencedor de alguns importantes prémios literários americanos, e colunista habitual do New York Times, The New Republic, The New Yorker e o New York Review Of Books, demonstra, num inglês simultâneamente erudito e acessível, as ligações ideológicas e filosóficas de intelectuais muçulmanos ao fascismo, especialmente de Tariq Ramadan (autor tido em alta conta pelos bloquistas e pelo jornal Público) e de seu avô, Hassan al Banna, fundador da tétrica Irmandade Muçulmana.
Há vinte anos, o Ayatollah Khomeini apelou ao assassínio de Salman Rushdie, e os escritores em todo o mundo instintivamente "sairam" em defesa do escritor. Hoje, segundo Berman, o efeito Rushdie metastizou-se e toda uma classe de intelectuais criticos do Islão, só sobrevivem graças a protecção policial e á utilização de pseudonimos. E, muito longe de serem aplaudidos, os Rushdies contemporâneos (pessoas como Hirsi Ali ou Ibn Harraq) são criticados, ignorados, classificados como "estridentes" e perturbadores, pelos meios de comunicação social ocidentais e pelos representantes dos movimentos islâmicos que falsamente se apresentam como moderados. É o óbvio caso de Tariq Ramadan. "Como é que chegámos até aqui?" pergunta o autor.
Em The Flight Of Intellectuals, Berman conduz uma pesquisa à atmosfera intelectual do momento e mostra como os melhores pensadores ocidentais e jornalistas se atrapalham e enganam no confronto com as ideias e violência islamistas.
A Investigação de Berman da história e natureza do movimento islamista inclui revelações surpreendentes. Examinando Hassan al-Banna, demonstra o despontar de uma imensa e violenta visão do mundo, elementos que sobrevivem ainda hoje em grupos como a al Qaeda e o Hamas. Berman, relata também a abjecta ligação de al Banna ao Grande Mufti de Jerusalém (tio de Arafat) apoiante e colaborador declarado de Adolf Hitler, incitando o apoio dos árabes aos Nazis na II Guerra Mundial. Ecos do Islão Nazificado podem ser ainda hoje ouvidos e verificados em numerosas regiões muçulmanas do Médio-Oriente.
Berman mostra que o legado destas "tradições" políticas são observáveis no professor de Oxford e neto de al-Banna, Tariq Ramadan, uma figura grandemente celebrada no Ocidente como "moderada" apesar das suas perturbantes ligações aos movimentos islamistas. Analisando profundamente a actual actividade escrita de Ramadan, Berman expõe lucidamente todo o contraste entre as ideias de intolerância cirurgicamente disfarçadas de Ramadan e a sua imagem benevolente propagandeada na imprensa ocidental.
Berman neste livro, faz luz sobre um certo número de assuntos - nomeadamente do anti-semitismo revigorado na sociedade ocidental, da nova moda contra os direitos da mulheres, e da dificuldade de se falar de assuntos como o terroristo e o Islão. Apresenta um espantoso comentário sobre os media modernos (assunto muito "popular" neste blog), da sua peculiar inabilidade em detectar e analisar algumas das mais perigosas ideias que os ideólogos muçulmanos colocam á nossa segurança, direitos e liberdades.

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